segunda-feira, 18 de abril de 2011

"Wonderland" estreia na Broadway.

Wonderland é o mais recente Musical da autoria de Frank Wildhorn, compositor de musicais como Jekyll & Hyde, The Scarlet Pimpernel, Dracula, The Count of Monte Cristo, Rudolf, The Civil War, Bonnie & Clyde e muitos outros. Com libretto de Jack Murphy e Gregory Boyd (também ele encenador do espectáculo), em Wonderland não encontramos a Alice dos livros de Lewis Carrol mas sim uma outra Alice, mãe de uma criança de 11 anos, professora cujo sonho era ser autora de livros para crianças, e cujo casamento está a desfazer-se, a residir no Bronx em Nova York. (Isto na versão agora em cena na Broadway. Nas 3 versões anteriores que estiveram em cena em Houston no Texas e em Tampa na Florida, Alice era uma escritora que estava no meio de um bloqueio criativo.).

Alice, depois de um dia extenuante, adormece na cama da sua filha e é levada até Wonderland, o País das Maravilhas. Contudo essa viajem tem como objectivo principal levar Alice a reencontrar a sua própria infância perdida. Para a ajudar estão lá os personagens que conhecemos da história original, mas desta vez com um twist. Para cada personagem, Frank Wildhorn atribuiu um estilo de música e uma "etnia". Cada personagem representa uma faceta da personalidade da própria Alice. Assim, a Lagarta é um personagem relaxado, com um toque de Jazz, a lembrar Marvin Gaye, que coloca a pergunta essencial a Alice "Quem és tu?". O Gato de Cheshire é aqui um gato latino de nome "El Gato", que recorda Santana. O Cavaleiro Branco é um galã ao estilo Disney que relembra Justin Timberlake e cujo tema musical é uma paródia às boysband dos anos 90. O Coelho Branco é um personagem assustado e em constante stress, a Rainha de Copas vem ao estilo Cabaret. E por fim o Chapeleiro que, neste musical, é umA ChapeleirA. O antigo Chapeleiro foi "reformado" e a nova tenciona tomar o poder em Wonderland e destronar a Rainha. A Chapeleira é o alter-ego de Alice, representa todas as frustrações, dor e maldade.
Graças aos planos da Chapeleira, Alice acabará não só por ter de se encontrar a si mesma mas de salvar a sua filha Chloe que é raptada por ela.

Esta aventura musical estreou ontem, 17 de Abril, na Broadway. O público que viu as previews e  a estreia na sua generalidade gostou muito. Os críticos não.
Todas as "reviews" que saíram foram, na sua esmagadora maioria, negativas, apontando como principal problema do musical o libretto.
Mas é importante frisar isto: Este é o 5º espectáculo que Frank Wildhorn estreou na Broadway. TODOS os anteriores musicais dele abriram com opinião bastante negativa dos críticos. No entanto Jekyll & Hyde esteve em cena durante 5 anos (ver artigo neste blog) e The Scarlet Pimpernel durante 3 anos (tendo-se seguido uma "Tour Nacional" pelos EUA durante mais 2 anos e inúmeras produções pelo Mundo fora). The Civil War esteve pouco tempo em cena por força do tema tratado e a produção de Drácula também aguentou só uns meses, maioritariamente por culpa dos produtores que alteraram o espectáculo completamente em desrespeito da vontade dos autores. (O musical "Drácula" contudo foi um estrondoso sucesso na Suíça onde abriu depois com um libretto revisto, tal como na Áustria, e está previsto abrir este ano no Japão.).
Que quer isto dizer?
Simplesmente que os críticos em Nova York sempre detestaram Frank Wildhorn porque este não escreve musicais que sejam ao estilo Stephen Sondheim, o único autor respeitado em NYC. Aliás, os críticos também escreveram criticas devastadoras sobre musicais como Wicked, musical que está em cena há mais de 5 anos e é um autêntico sucesso de bilheteiras.
Wonderland é um Musical com uma ideia muito boa, música que agrada a toda gente e que só o futuro dirá quanto tempo estará em cena na Broadway. Os problemas com o libretto (que de facto os há) serão certamente resolvidos. E se não o forem agora, serão com certeza assim que o Musical abrir na Europa, como aconteceu com Jekyll & Hyde e Drácula.

Aqui fica um vídeo promocional com clips do Musical para avaliarem por vós mesmos.




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