quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Jerry Bock - 1928-2010
































Faleceu a 3 de Novembro, com 81 anos, de paragem cardíeca, o compositor Jerry Bock.
Jerry Bock ficará para sempre na história por ser o responsável pela música do musical "Um Violino no Telhado" com o qual ganhou vários Tony Awards . Foi da sua pena que saiu a intemporal canção "If I were a rich man" e que aqui fica como última homenagem ao homem e ao seu génio musical.




sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Um Violino no Telhado - Politeama (estreia)













Um Violino no Telhado - Teatro Politeama (Lisboa)
Quinta-feira, 21 de Outubro 2010 - 21h30 - Estreia


Um Violino no Telhado é um clássico do Teatro Musical. A história de um pobre leiteiro judeu em 1918 no fim da Rússia Czarista, da sua vida na pequena aldeia de Anatevka e da luta entre a Tradição e o Coração, é possivelmente, a par de Jesus Cristo Superstar, a melhor produção de Filipe La Féria até hoje.
Para isso contribui um elenco de luxo, música inesquecivel e uma história intemporal.
Tive o prazer de assistir à estreia deste grande musical a convite do meu amigo Filipe La Féria, que está definitivamente de Parabéns por mais este triunfo teatral.
Vamos a uma review mais detalhada.

Sobre o Elenco:

José Raposo (Tevye) - José Raposo é um dos melhores actores da sua geração. Já foi dito antes, não estou a escrever nada de novo. E se no caso da Gaiola das Loucas ele tornava o musical divertido, em Um Violino no Telhado, torna o musical inesquecivel. A sua representação do leiteiro Tevye está ao nível de Chaim Topol ou Zero Mostel. Com um timing perfeito, conseguiu arrancar gargalhadas ao público com o mais simples dos gestos. Vocalmente irrepreensível, tornou a famosa canção "If I were a rich man" que do ponto de vista da tradução não está muito do meu agrado, num estrondoso êxito. José Raposo consegue dar a volta às letras e transmitir a mensagem da melodia perfeitamente. Se este não for o papel da sua vida, será sem dúvida um dos grandes papéis que José Raposo desempenhou. Bendita a hora em que ele deixou a moribunda revista à portuguesa pelo Teatro Musical.

Rita Ribeiro (Golde) - O papel de Rita Ribeiro não é exactamente central na história, que gira bastante em torno de Tevye e das filhas, mas mesmo assim Rita Ribeiro consegue dar um toque maternal a uma personagem que é normalmente representada como uma mulher amargurada. Vocalmente Rita não tem muito que cantar a solo, mas quando o faz, faz bem.

Carlos Quintas (Capitão dos Cossacos) - Carlos Quintas sobe ao palco em Lisboa como Capitão dos Cossacos, em participação especial, uma vez que não fazia parte do elenco no Porto (estava na altura em Lisboa com West Side Story). Carlos Quintas não desilude e cumpre bem o seu papel de "quase-mau-da-fita". Vocalmente também não tem muito que cantar, mas quando tem cumpre com mestria o seu dever.

Joel Branco (Lazar Wolf) - Este não é o papel da vida de Joel Branco. Também porque o seu carniceiro só é ponto central da história enquanto este está comprometido com a filha mais velha de Tevye. Contudo Joel Branco torna o carniceiro avarento num homem que, não obstante ser um tarado que tenta deitar a mão às meninas jovens da aldeia, tem bom coração.

Helena Rocha (Yente) - Helena Rocha é a casamenteira de Anatevka. Uma mulher alcoviteira que arranja os casamentos dentro daquela pequena comunidade. Helena Rocha representa-a muitíssimo bem e não tenho nada a apontar-lhe.

Hugo Rendas (Motel) - Hugo Rendas, no papel do alfaiate Motel é hilariante e tem uma óptima química de palco com José Raposo/Tevye, o pai da sua amada Tzeitel. Vocalmente está também muito bem, tendo no entanto o azar de lhe caber a ele a única música do musical que é um nadinha irritante, "Miracle or Miracles".

Cátia Garcia, Sissi Martins e Sara Cabeleira (Tzeitel, Hodel e Chava) - Quer a Cátia, quer a Sissi quer a Sara estão as três muito bem no papel das filhas mais velhas de Tevye. Vocalmente estão todas lindamente e nos seus papéis também. Cátia/Tzeitel é a primeira a casar e confrontar o pai com o dilema tradição ou coração? Depois chega a vez de Hodel que se apaixona pelo jovem judeu revolucionário Perchik, acabando por ir ter com ele à Sibéria onde este se encontra preso depois de partir para Kiev e participar numa greve. Sissi Martins canta lindamente e de forma comovente a canção "Far from the home I love". Sara/Chava é a última a deixar a casa do pai para se casar na Fé de Cristo com o cossaco Fyedka, algo que Tevye nunca lhe perdoa. A Tradição é a Tradição e isso já é mudar demasiado os costumes. Merecem as três os parabéns.

Ruben Madureira (Perchik) - A Ruben cabe o papel do jovem revolucionário comunista que chega a Anatevka vindo de Kiev e que acaba por mudar o rumo da vida das filhas de Tevye. Ruben cumpre bem vocalmente o seu papel e ainda melhor em termos de representação. Como alguém que detesta comunistas, Ruben conseguiu fazer-me detestar o personagem dele e isso é sinal de que estamos perante um bom actor!

Rui Andrade (Fyedka) - O personagem de Rui não é particularmente proeminente mas quero deixar aqui uma nota. Não para a sua bela representação enquanto cossaco mas para o enorme talento vocal de Rui que me parece a mim que é pouco aproveitado neste personagem que praticamente não canta. Contudo o Rui tem à sua frente um futuro promissor no Teatro Musical se lhe derem mais oportunidades.

Quanto ao resto do Elenco, estão todos de parabéns. Não vou referir os outros actores um a um por questões de logística do blog, mas estão todos igualmente de parabéns, incluindo o corpo de baile dirigido por Inna Lisniak e a orquestra sob a batuta do Tiago Isidro.


Sobre a produção e a estreia:

Como disse acima, esta é das melhores produções de Filipe La Féria desde Jesus Cristo Superstar. Os cenários são originais e o uso da robótica demonstra um constante esforço de fazer melhor e mais moderno. Nesse aspecto está ao nível de qualquer produção Europeia.
As únicas "falhas" que posso apontar a este grande musical é a tradução/adaptação de algumas das canções e o facto da orquestra continuar a ser muito pequena e haver uso talvez excessivo de música pré-gravada em algumas canções. Penso que se houvesse um investimento um bocadinho maior no sentido de haver uma orquestra maior, era justificado e todos ganhavam. Mas como estamos num País onde "cultura" é só o futebol, não se pode censurar fortemente a falta de uma orquestra maior. Afinal, o teatro musical é considerado comercial e como tal não vive dos subsídios do Estado como os teatros que produzem peças que ninguém vê.
A estreia foi um sucesso com vários minutos de aplausos em pé para os actores, a que se seguiu um último aplauso a Mariana Rey Monteiro que partiu e deixou o Teatro Português mais pobre.
Sendo uma estreia, claro, o Teatro estava repleto de pessoas conhecidas do social, da TV, do espectáculo e da política...incluindo a Ministra da Cultura.
E aqui tenho de deixar uma nota de repúdio e nojo para com a Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, que se tivesse vergonha na cara não punha os pés em nenhum Teatro depois daquilo que o SEU Governo se prepara para fazer com o novo Orçamento de Estado. Filipe La Féria saudou-a diplomaticamente, coisa que eu não teria feito no seu lugar. Uma Ministra da Cultura que tudo faz menos defender a cultura deveria ser persona non grata em qualquer local onde se faça cultura. E o Teatro Musical em Portugal bem pode agradecer ao Ministério da Cultura e à sua ridícula Lei do Mecenato o facto de não estar mais desenvolvido.


De resto um grande Musical que todos devem ir ver!

Tanz der Vampire - Viena 2010/03/28













Tanz der Vampire - Viena 2010/03/28
Domingo 18:00h



Elenco:

Conde Von Krolock - Thomas Borchert
Sarah - Marjan Shaki
Abronsius - Gernot Krammer
Alfred - Lukas Perman
Chagal - Martin Planz
Magda - Anna Thorén
Koukol - Thomas Weissengruber
Rebecca - Katharina Dorian
Herbert - Marc Liebisch

Sobre a história do Musical ver aqui

Sobre o elenco:

Thomas Borchert (Conde Von Krolock) - Thomas Borchert é uma das maiores estrelas do Teatro musical germânico. Coloca a um canto muitas vedetas da Broadway, incluindo o próprio Michael Crawford. Mas neste musical ele tinha um pesado fardo para carregar. Apesar de Thomas já ter representado o papel de Conde von Krolock várias vezes na sua Alemanha natal, o lugar que ocupa é assombrado pelo génio de Steve Barton, o original Conde Von Krolock, cujo brilhantismo nunca foi superado até hoje. Infelizmente, Steve Barton deixou o Mundo demasiado cedo no inicio do século. Mas a memória dele vive através dos CDs do Musical que gravou e de inúmeros clips no YouTube. Como não gosto de actores que imitam outros, ia com um pé atrás em relação ao Thomas Borchert no papel (não obstante ser dos meus actores musicais favoritos.). Mas graças a Deus, ao fins de uns anos, Thomas Borchert deixou de tentar incarnar o espírito de Steve Barton e criou um Conde próprio. Um Conde mais sarcástico e gozão sem deixar de ser assustador e sedutor. Na performance de domingo, foi claro que ele estava a gostar do que estava a fazer. O seu timing cómico foi perfeito e a performance vocal brilhante como seria de esperar. Nem mesmo quando, durante a cena no cemitério se desequilibrou ao descer de um cenário que ia a subir e foi aterrar na berma do fosso da orquestra, Thomas deixou que isso interferisse no espectáculo. Se não tivesse sido tão óbvio que ia sendo um acidente, ninguém daria por ela.

Marjan Shaki (Sarah) - Eu adoro a Marjan. É muito bonita (mesmo sendo morena e o meu gosto inclinar-se para as loiras) e a sua performance evoluiu com o tempo. Enquanto Sarah ela consegue ser provocadora e inocente, emancipada e ingénua. Sendo que a personagem dela é uma jovem rapariga judia que só sonha em emancipar-se e libertar-se do poder paternal, essa capacidade de Marjan jogou muito a favor da genuinidade da personagem. Vocalmente Marjan tem uma belíssima voz, voz que tenho vindo a ver desenvolver-se com os anos. Prova disso é a sua performance durante o dueto "Totale Finsternis" com o Conde von Krolock. Em 2007, quando teve lugar em Viena o Concerto do 10 Aniversário do Musical, a voz dela foi praticamente apagada pelo vozeirão de Thomas Borchert. Agora, em 2010, 3 anos depois, já não o é, conseguindo um equilíbrio agradável das vozes.

Gernot Krammer (Abronsius) - Gernot Krammer regressa ao papel ao qual deu origem em 1997. Como tal, foi o actor que eu queria mesmo ver em palco neste musical porque praticamente "faz parte da mobília". E ele foi simplesmente genial. Claro que joga a seu favor o facto de nos últimos 13 anos não ter feito mais nada senão representar o papel do excêntrico Professor Abronsius, mas ao contrário de se notar fadiga, nota-se um amor e à vontade cada vez maior na performance. Claro que este à vontade levou-o a que algumas vezes exagerasse um pouco, mas mesmo quando o fazia, tinha tanta graça que o público nem ligava.

Lukas Perman (Alfred) - Hmm...Lukas, Lukas...Confesso que nunca gostei do Lukas. E continuo a não gostar. Apesar de ter cantado muitíssimo bem as músicas e de a sua voz, tal como a de Marjan, ter evoluído consideravelmente, as técnicas teatrais dele não. Lukas é um daqueles "meninos-bonitos" e isso já joga contra ele. E depois o facto de ele dar ao herói do musical o cérebro de um miúdo de 5 anos, só prejudica a sua performance. Contudo, uma nota de louvor deve ser feita à sua cena na casa-de-banho com Herbert, o filho vampiro gay do Conde. Aí sim, Lukas conseguiu ser hilariante como era mister.

Martin Planz (alt. Chagal) - Não conhecia o actor. Basicamente porque era o substituto do actor James Sbano, que estava de folga nesse dia. (James, tal como Gernot, também pertenceu ao elenco original do musical em 1997 no mesmo papel). Quanto a Martin, cantou bem, representou o mais próximo possível da performance de James e foi só. Nada de extraordinário. Contra ele jogou o facto de ser visivelmente jovem e portanto pouco credível enquanto pai de Sarah.

Anna Thorén (Magda) - Enquanto Magda, a bonita criada da estalagem de Chagal, Anna fez o que lhe competia. Não é propriamente uma mulher muito bonita e a voz é talvez demasiado nasalada para meu gosto, mas pelo menos trouxe um toque seu à personagem o que é sempre positivo.

Marc Liebisch (Herbert) - Herbert é, juntamente com Abronsius do lado dos bons, o comic relief do musical. Filho de Von Krolock, Herbert é suposto ser um vampiro completamente gay. Usando roupas coloridas (por oposição ao pai que usa maioritariamente preto e vermelho), Herbert é o estereótipo de uma "bicha". Bom...com um elenco tão bom, haveria de haver alguém a fazer asneira. Marc Leibisch foi essa pessoa. Não em termos de representação, pois nesse aspecto ele foi bem sucedido ao encarnar o espírito daquele vampiro-cinderella, mas em termos de performance vocal. Ele simplesmente arruinou a música que lhe cabia cantar. Compensou com a boa química de palco com Lukas Perman, mas ainda assim foi um pavor para os ouvidos dos espectadores.


Sobre o Musical:

TANZ DER VAMPIRE é simplesmente brilhante. A música de Jim Steinman é poderosa e o libretto de Michael Kunze é digno de um génio. Há tantas, mas tantas subtilezas nele que diga-se, seria digno de análise Académica. Os cenários, da autoria do húngaro Kentaur, são simplesmente de perder a respiração, e o uso de projecções combinadas com o cenário torna TANZ DER VAMPIRE um dos mais belos musicais em termos estéticos em cena nos dias de hoje. O guarda-roupa é simplesmente soberbo, especialmente o dos vampiros, cujo trabalho de detalhes e bordados são autênticas obras de arte.
O libretto do musical foi encurtado face ao libretto original de 1997 e não posso dizer que concordo com todos os cortes. Enquanto canções como "Knoblauch" foram encurtadas sem prejuízo para a história, outras foram totalmente removidas como a música "Wohl der Mann" onde Von Krolock aliciava Alfred a deixar o Professor Abronsius e seguir o seu instinto. Isto quando depois, no 2º Acto, mantiveram a música "Carpe Noctem", uma demasiado longa sequência de dança que não acrescenta nada à história.

Em resumo, Tanz der Vampire é um grande musical. Claro que a produção de Viena benificia do facto de ser produzida por uma companhia do ESTADO de Viena, o que não impede que os bilhetes chegam aos 100€. Contudo, deixem que vos diga isto: o preço do bilhete VÊ-SE no Palco. Cada tostão está gasto no requinte dos cenários, do guarda-roupa e de uma orquestra VERDADEIRA de 20 e poucos músicos que tocam as músicas ao vivo. Não há playbacks em Viena.

Este musical merece um 9/10!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Adeus à "Gaiola das Loucas"












Bom, tendo recuperado financeiramente do rombo nas contas que sofri por causa da visita a Viena, não resisti a ir ver "A Gaiola das Loucas" simplesmente por ser um espectáculo do Filipe La Féria. Como já disse, se há coisa de que estou farto é ouvir falar de homossexuais!
Mas lá fui dia 27, domingo, à última representação do Musical no Teatro Politeama.

Em termos de espectáculo a produção estava muito boa. Gostei especialmente da utilização de vídeos para contar também a história e mostrar a descida dos Alarcões desde a Cidade do Porto até Cascais. Não é nada novo (lá fora já fazem isto há anos) mas certamente é uma novidade em Portugal. O que é bom. Os cenários estavam também muito bons tal como o guarda roupa. Ao contrário de West Side Story, não havia nada que já tivesse visto noutra produção de La Féria.

Quanto ao Musical em si:
- Enquanto PEÇA TEATRAL, é de chorar a rir. Para isso contou muito, claro, o talento desmedido do José Raposo no papel de Carlos Alberto/Zázá Napoli, o travesti principal do bar "Gaiola das Loucas" e o centro desta peça. Talento esse ao qual se juntou Carlos Quintas como Armando del Carlo, o seu companheiro, de Rita Ribeiro no papel de Simone, a mãe biológica do filho de Armando. E claro, Joel Branco e Helena Rocha nos papéis de Arnaldo e Maria do Céu Alarcão, os nortenhos à frente do Partido da Moral e do Progresso.
A história é muito básica. É o típico "meet the parents". Dois jovens apaixonam-se e querem casar e chega a altura das famílias se conhecerem. Não é nada de muito inovador e já foi e ainda é usado em muitos musicais pelo mundo (do qual o mais recente é A Família Addams.).
Nesta história o humor reside do confronto entre os Alarcão, conservadores, religiosos, tripeiros, e o casal gay Carlos e Armando, maricas, liberais e mouros.
Isto tudo deu 2 horas de boa comédia.
- Enquanto MUSICAL, "A Gaiola das Loucas" é muito fraco. As músicas não servem nunca nenhum propósito, não avançam a história, são simplesmente "show stoppers". Depois apesar de algumas melodias serem bonitas ou divertidas, outras são simplesmente "meh". Se retirassem desta peça todas as músicas, continuariam com uma grande peça de Teatro. Quando isto acontece, para mim, é mau sinal.

Na despedida da "Gaiola das Loucas", como é praxe, os actores tomaram algumas liberdades, sendo o momento mais marcante o jantar. Durante o inicio do jantar, depois da chegada de Zázá vestido de mulher a fazer-se passar pela mãe de Ricardo, ficam todos sentados à mesa num daqueles silêncios constrangedores...e eis que, no meio do público estava sentada uma senhora que se começou a rir a bandeiras despregadas. Isto seria normal...acontece que o riso da senhora era um daqueles risos NADA normais. Resultado: a senhora ria-se, o público ria-se e os actores não conseguiam avançar com a peça. E eis que para ajudar à festa, o José Raposo começa a imitar o riso da senhora do público. Pronto. Foi tudo abaixo. Ria-se a senhora, ria-se o público, riam-se os actores. Foi de ir às lágrimas literalmente.

Acabou por ser uma tarde muito bem passada. Claro que, enquanto conservador e católico não levei a sério nenhuma das supostas "criticas" que o musical faz. Levei a peça com humor simplesmente e isso permitiu-me desfrutar de algo que se estivesse sempre com a política na cabeça teria sido um atentado contra as minhas crenças.
De parabéns está, claro, todo o elenco, desde o Carlos Quintas ao Hugo Rendas, da Rita Ribeiro ao Joel branco.
Mas tenho de fazer uma menção muito especial, tirando aquela que já fiz ao José Raposo. Esse menção é para Filipe Albuquerque, o criado completamente bicha de Armando e Carlos Alberto. Ele foi simplesmente de chorar a rir. Era o estereótipo ao extremo de um homossexual bicha, daqueles que gosta de dar espectáculo em marchas pelas ruas.
Não conhecia o Filipe, pelo menos o nome não me diz nada, sendo portanto a revelação da tarde para mim. E claro o José Raposo que é, a meu ver, um dos actores mais subvalorizados deste País. Claro que não é um pavaroti e a nível vocal pode não estar em pé de igualdade com nenhum actor em Viena ou na Broadway, mas enquanto actor está ao lado senão mesmo acima de muitos deles!

Uma última nota só para lamentar que, no final do espectáculo, Filipe Lá Féria não tenha subido ao palco como costume para fazer o discurso de despedida. Os actores receberam todos um ramo de flores e foi só isso. Mas certamente que a ausência de Filipe La Féria está justificada com o facto de estarem a decorrer a todo o gás os ensaios de "Fado: História de um Povo" que vai estrear brevemente no Salão Preto e Prata do Casino do Estoril.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Brevemente...

- Review de "Tanz der Vampire" que vi em Viena a 28 do mês passado (já online!)
- Review do CD "Love Never Dies" de Andrew Lloyd Webber, a triste sequela da obra prima "O Fantasma da Ópera"

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Update

Novo banner.
O blog seguirá dentro de momentos...o motivo é simples: tem havido pouca novidade no plano musical Nacional e não tenho tido tempo para apresentar convenientemente outros Musicais. Aqui fica uma agenda do que se pode ver por cá:

O Feiticeiro de Oz - Politeama & Rivoli
A Gaiola das Loucas - Politeama

Quanto à Gaiola das Loucas (La Cage aux Folles) não coloquei uma review online porque não vi o Musical. Por vários motivos:

1º - Não gosto do Musical. Sinceramente começo a ficar um pouco farto de tanta conversa sobre gays e este Musical veio na altura errada. Depois porque não gosto do musical em si, apesar de não duvidar que certamente Filipe La Féria fez uma produção fantástica. No entanto não me apetece gastar dinheiro com uma história que me vai aborrecer.

2º - Porque, apesar de ter tido um amável convite do meu amigo Filipe La Féria para a estreia, tive um Exame na Faculdade no dia seguinte e como tal não pude ir (o curso está primeiro)

3º - Porque vou a Viena e vou ver o Musical Tanz der Vampire (info aqui) que lá está em cena, e só o bilhete custou-me cerca de 84€. Portanto, estou oficialmente em contenção de despesas.

Contudo deixo aqui uma lista de sugestões para os amantes dos Musicais sobre produções actuais e futuras no País e no Mundo:

Em Portugal:
-> Filipe La Féria prepara o Revival do Musical Annie. Para quem não sabe, o Musical já esteve em cena em Portugal em 1983 com Carlos Quintas, Rita Ribeiro, Nicolau Breyner, Manuela Maria entre outros.

Em Viena:
-> A produtora VBW prepara-se para estrear a 17 de Março a produção austríaca do Musical "Ich war noch niemals in New York" (Eu nunca estive em Nova Iorque), um espetáculo com as músicas de Udo Jürgens, o autor da famosa melodia "Griechischer wein" cá imortalizada na versão de Paulo Alexandre, "Verde Vinho".

Em Budapest:
-> Estreia a 18 de Março a produção húngara do grande musical Rebecca de Michael Kunze e Sylvester Levay.

Em Londres/West End:
-> Abre a 9 de Março no Adelphi Theater a sequela do mais famoso e bem sucedido Musical de todos os tempos: The Phantom of the Opera.
Phantom: Love Never Dies será, nas palavras do compositor Andrew Lloyd Webber, provavelmente o último músical completamente novo que ele escreverá uma vez que ao compositor foi-lhe diagnosticado um cancro na próstata e a evolução do mesmo ainda é incerta.

Na Broadway:
-> A 8 de Abril abre oficialmente na Broadway, no Teatro Lunt-Fontanne, o musical The Addams Family, baseado nas tiras de banda desenhada do cartoonista Charles Addams. No papel de Gomez Addams estará Nathan Lane (Os Produtores - tanto palco como filme) ao lado de um elenco de luxo.